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O esporte é protagonista também nas políticas públicas

Até o próximo dia 18, o planeta acompanha atentamente a competição esportiva mais popular do mundo. A Copa do Mundo de futebol, que movimenta paixões e memórias, também nos recorda que o esporte é parte fundamental da sociedade em diversas dimensões.


Em termos culturais, o esporte se destaca ao valorizar costumes e saberes. A imagem externa de um País, por exemplo, não raramente se confunde com as modalidades de maior tradição local, não só pelo sucesso de seus ídolos, mas também por traduzirem de forma imagética a interação de um povo com seus espaços públicos, com o ambiente e com a natureza.


Pense, por exemplo, nos esportes radicais na Costa Oeste estadunidense e no basquete nos bairros periféricos da Costa Leste. Lembre-se do surfe australiano, dos esportes praticados na grama verde inglesa e da ginástica artística asiática que, por vezes, parece mimetizar os movimentos de um praticante de tai chi chuan. E o que dizer da consagração das provas de rua no atletismo da África Oriental, em lugares como Quênia e Etiópia, impulsionada pela necessidade de percorrer longas distâncias em povoados com altitudes elevadas - ampliando a capacidade de funcionamento da respiração celular?...


As políticas públicas de esporte têm grande sinergia com a saúde pública, sendo comumente associadas à liberação de serotonina, aumentando a autoestima e bem-estar, prevenindo males emocionais e até mesmo diminuindo a ansiedade. O esporte também contribui para as funções cardiovasculares e respiratórias.


Não devemos, ainda, desprezar a capacidade educativa e social do esporte. O convívio social, a disciplina, o autoconhecimento corporal, a noção espacial, o desenvolvimento de força e habilidade e a autoconfiança são algumas das chaves para promover desenvolvimento cognitivo e relações comunitárias mais robustas.


Projetos de desenvolvimento local e de planejamento estratégico devem se atentar a esta capacidade de alavancagem social do esporte. Além dos aspectos mencionados acima, ele tem um componente econômico extremamente relevante. É capaz de movimentar cifras altíssimas em produção, consumo e turismo - desde a fabricação de equipamentos, estruturação das cadeias de medicina esportiva e preparação física, chegando até a recepção de grandes eventos esportivos e competições locais e regionais. A sua grandeza é tão importante que o artigo 217 da Constituição Federal o reconhece como um direito fundamental, a ser fomentado pelo Estado Brasileiro.


Dizem que o esporte é vida. E é mesmo. Vida e direito!


Que o Mundial nos inspire, nos una e nos traga boas memórias futuras!



Luís Henrique Campos é sócio da Tr3s e especialista em Políticas Públicas, Planejamento Estratégico, Desenvolvimento Institucional e Sustentabilidade.


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